Uma fresta na janela deixou que
os primeiros raios de sol da manhã atingissem seu rosto. Ela abriu seus olhos -
negros como a noite - e notou que sua mão repousava sobre as costas dele. Imediatamente começou a arranhá-lo lentamente
com suas longas unhas esmaltadas em vermelho sangue. Ele despertou.
Beijaram-se. Ela sentia borboletas no estômago.
Ele tomou uma ducha enquanto ela
preparava o café ao som de Maria Bethânia. Sentaram-se para comer. Ele vestiu a
camisa, cobrindo a tatuagem que ela tanto gostava de admirar. Disse que
precisava ir. Que um dia desses “se esbarravam por aí”. Bateu a porta.
Ela se deitou na cama para sentir
o cheiro que ele tinha deixado. Mais uma vez, precisou engolir o choro. Sabia
que em breve acabariam passando mais uma – de tantas – noite juntos. A verdade
é que ela o amava. Loucamente. Enfim, ela calçou os sapatos e foi para o
trabalho.
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