terça-feira, 3 de novembro de 2015

Assustada em um sonho encantado:

“Você me veio como um sonho bom e eu me assustei”. E me assustei ainda mais quando percebi que seria capaz de contar nossa história toda só citando trechos da Legião Urbana. Quem sabe eu até poderia mesclar com um Sambô ou Oba Oba Samba House pra te agradar!
Eram 03h40min da madrugada, véspera de segunda-feira, quando tentei abrir meus olhos e meus cílios se enroscaram nos seus cabelos. Iluminei seu rosto com meu celular pra ter certeza que era você mesmo que estava ali, com as pernas entrelaçadas nas minhas, dormindo “igual criança com a boca aberta”.
O dia estava quase amanhecendo quando você se despediu cordialmente e saiu para trabalhar. Fiquei rolando na cama imaginando se algum dia você iria voltar. Antes mesmo que eu terminasse de preparar meu almoço você me surpreendeu com uma mensagem de texto. Marcando um novo encontro para a mesma data. Meu coração veio à boca, como da primeira vez em que você me chamou.
E assim se passou a semana. Entre mensagens, telefonemas e encontros. Histórias antigas, brincadeiras bobas e conversas longas. Sorrisos de canto, olhos brilhando e borboletas no estômago. Carinho no cabelo, soninho de conchinha e despertador estraga-prazer. Você sempre encantador. Eu sempre assustada.
Sinceramente, não sei se eu gostava mais de ouvir você falar sem parar - cheio de trejeitos e timidez - ou do cheiro avassalador do seu perfume silencioso. Do seu abraço aconchegante ou do seu beijo quente. De observar você dormindo ou de acordar com você. De esperar você me chamar ou de te chamar correndo.
Eu apertava meus olhos pare me certificar de que aquilo tudo não era um sonho. Não conseguia sentir o chão sob meus pés. Flutuava, sorria e cumprimentava sorrindo todos que cruzavam meu caminho. Mas eu estava assustada. Minha vontade era algemar seu braço no meu, mas meu medo era que você quisesse liberdade.

E então, me perdi nesse reino encantado. Esqueci-me de demonstrar o quanto “Eu só queria estar ali, sempre ao lado”. De te contar o quanto eu esperei, sem nem saber, por um alguém igual a você. E aí, numa manhã comum, nos desejamos bom dia entre beijos e nos despedimos. Mal sabia eu que seria nossa última despedida. Você se foi e eu continuo aqui, assustada.