quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Ao meu amor:

Meu amor, a saudade apertou. Penso em você quase toda noite. Sinto falta dos seus pés na minha cama. Do lixo que você acumulava sobre a pia. Queria saber se a cicatriz do seu abdome ainda está hipertrófica. Se você tem aparado a barba, cortado o cabelo. Se trocou o carro. Como vai a faculdade. O trabalho. Os planos. Se tem lido. Saído. Viajado. Se a grana está curta.  Se já se rendeu e passou a sonhar em constituir família. Com quantos travesseiros tem dormido.
Eu estou bem. Nosso cachorro parece sentir sua falta. Por vezes fica confuso com presença masculina em casa. Adapta-se facilmente a todos os meus amigos. É papai, teve quatro filhotes. Um deles é meu mais novo docinho.
Tenho saído bastante. Fiz tantos, mas tantos amigos que nem tenho como numerar. Conheci muitos lugares. Dormi “em tanta casa que nem me lembro mais”. Experimentei muitas sensações, comidas, molhos e músicas. Estampei um sorriso no meu rosto, desde então sorrio de vagar para sorrir sempre. E de quando em quando dou gargalhadas infinitas.
Enfim, hoje lhe escrevo para agradecer. Agradecer por você ter me pedido pra sair da sua vida. Ter me jogado, sozinha com nossos sonhos, nesse mundo frio e cruel. Sofri intensivamente para depois perceber o quanto sua ausência me faz bem. Hoje posso dizer que sou feliz e nunca amei na vida.

Finalmente, hoje sou eu mesma. A pessoa que sempre quis ser. Gostaria de lhe dizer que “agora só falta você”. Mas, minhas paixonites agudas estão me bastando. Obrigada por tudo meu amor. Saudades.



Adendo: Esse é o "meu texto meu" preferido. Na época em que escrevi eu li ele tantas vezes que decorei algumas partes. Por isso fiz questão de iniciar com ele. Porém, quando li novamente pra postar, achei meio bosta! Acho já me fez mais sentido, sei lá. Enfim, tá aí! Sobre as postagens: pensei em fazê-las diariamente, mudei pra semanalmente e agora decidi fazer quando estiver a fim! "Fuck the rules". 

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